Apresentação
Trabalhar com possibilidades
divertidas que privilegiem o concreto em alfabetização matemática.
Este projeto foi aplicado em
reuniões pedagógicas com professores alfabetizadores e do demais anos do Ensino
Fundamental Anos Iniciais.
Nosso objetivo é
proporcionar um workshop com formas de utilização do Material Dourado e
do Ábaco em situações de estudo das
operações.
A prática diversificada com
situações para os mais auditivos, visuais ou físico-cinestésicos.
Iniciaremos com um pouco de história desses valiosos
recursos:
O Material
Dourado Montessori destina-se a atividades que auxiliam o ensino e a
aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e dos métodos para
efetuar as operações fundamentais (ou seja, os algoritmos). No ensino
tradicional, as crianças acabam "dominando" os algoritmos a partir de
treinos cansativos, mas sem conseguirem compreender o que fazem. Com o Material
Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas passam a ter uma
imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então, além da
compreensão dos algoritmos, um notável desenvolvimento do raciocínio e um
aprendizado bem mais agradável. O Material Dourado faz parte de um conjunto de
materiais idealizados pela médica e educadora italiana.
O Ábaco,
primeira máquina de calcular da humanidade, foi inventado pelos chineses
conhecendo-se também versões japonesas, russas e astecas.
Ábaco Azteca -
de acordo com investigações recentes, o
Asteca (Nepohualtzitzin), terá surgido entre 900-1000 D.C.
As contas eram feitas de grãos milho atravessados por cordéis montados numa
armação de madeira. Este ábaco é composto por 7 linhas e 13 colunas.Os números
7 e 13 são números muito importantes na
civilização.
O número 7 é sagrado, o número 13 corresponde à contagem do tempo em
períodos de 13 dias.
Outras origens
de ábacos:
Ao aluno deve
ser dado o direito de aprender. Não um 'aprender' mecânico, repetitivo, de
fazer sem saber o que faz e por que faz. Muito menos um 'aprender‘ que se
esvazia em brincadeiras.
Mas um aprender significativo do qual o aluno
participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente
produzido e superando, assim, sua visão ingênua, fragmentada e parcial da
realidade (FIORENTINI e MIORIN, 2004, P.62).
Nosso objetivo
de reflexão é o de buscar formas de encaixar os jogos, os momentos de
participação e de interação, mas com a garantia que os objetivos do curso estão
em dia.
Portanto, o
contexto tem a ver com o papel do professor em planejar atividades dentro do
escopo do curso.
Algumas
perguntas são fundamentais antes da inserção de um jogo ou até mesmo de um
exercício em um momento de estudo.
Qual a função didática deste jogo em minha aula?
Como esta
atividade trabalha os conteúdos (procedimentais, atitudinais e conceituais)
propostos no curso?
Como farei a
avaliação?
Qual o tempo e a
proporção de aplicação?
O que podemos trabalhar com o Material Dourado
e o Ábaco?
-
Sequência numérica, soma, divisão,
multiplicação!
Como avaliar os
conteúdos e os recursos e transformá-los em aulas?
O que você
entende por concreto e por abstração?
Nossa reunião
ganhou mais significado, pois pensamos e estudamos situações de aprendizagem em
que os recursos são importantes aliados, mas que nós devemos criar os contextos
para que isso funcione como momento de aprendizagem, com objetivo dentro de
nossos cursos.
Analisaremos o
material didático para identificarmos momentos em que estes recursos trarão
benefícios na construção do pensamento lógico-matemático de nossos alunos.
As dicas de
práticas descrevem alguns jogos e exercícios que podemos desenvolver com o uso
dos materiais.
Utilizei o rol
em reuniões pedagógicas com professores e nos divertimos além das vivências
propostas nos objetivos de cada reunião.
Sempre é
importante conhecer o contexto da aplicação antes, como vimos nos slides anteriores,
porém conhecer o recurso e saber como utilizá-lo também é parte primordial do
processo.
Vamos aos jogos!
O trem de
material dourado
- Vamos fazer um
trem. O primeiro vagão é um cubinho. O vagão seguinte terá um cubinho a
mais que o
anterior e assim por diante. O último vagão será formado por duas barras.
O trem
invertido!
O jogo dos
cartões
Objetivos:
compreender o mecanismo do "vai um" nas adições; estimular o cálculo
mental.
O professor
coloca no centro do grupo alguns cartões virados para baixo. Nestes
cartões estão
escritos números entre 50 e 70.
1º sorteio: Um
aluno do grupo sorteia um cartão. Os demais devem pegar as peças
correspondentes
ao número sorteado.
Em seguida, um
representante do grupo vai à lousa e registra em uma tabela os
números
correspondentes às quantidades de peças.
2º sorteio: Um
outro aluno sorteia em segundo cartão. Os demais devem pegar as peças
correspondentes
a esse segundo número sorteado.
2º sorteio: Um
outro aluno sorteia em segundo cartão. Os demais devem pegar as peças
correspondentes
a esse segundo número sorteado.
Logo após, o
representante do grupo vai à tabela registrar a nova quantidade. Nesse
ponto, juntam-se
as suas quantidades de peças, fazem-se as trocas e novamente completa-se a tabela.
Isto encerra uma
rodada e vence o grupo que tiver conseguido maior total. Depois são
feitas mais
algumas rodadas e o vencedor do dia é o grupo que mais rodada venceu.
Depois que os
alunos realizarem as trocas e os registros com desenvoltura, a professora pode
questionar a técnica do “vai um” a partir de uma adição como, por exemplo, 15 +
16.
Observe que
somar 15 com 16 corresponde a juntar estes conjuntos de peças.
O jogo de
retirar
Objetivos:
compreender o mecanismo do "emprestar" nas subtrações com recurso;
estimular o
cálculo mental.
Esta atividade
pode ser realizada com um jogo de várias rodadas. Em cada rodada, os
grupos sorteiam
um cartão e uma papeleta. No cartão há um número e eles devem pegar as
peças
correspondentes a essa quantia. Na papeleta há uma ordem que indica quanto
devem
tirar da
quantidade quem têm.
Por exemplo, um
cartão com número 41 e a papeleta com a ordem: TIRE 28.
Vence a rodada o
grupo que ficar com as peças que representam o menor número.
Vence o jogo o
grupo que ganhar mais rodadas.
É muito
importante que, primeiro a criança faça atividades do tipo “retire um tanto”,
só com o material
e depois que ela dominar o processo de “destroca”, pode-se propor que
registre o que
acontece no jogo em uma tabela na lousa.
O “emprestar”
também pode indicar a “destroca” de uma centena por10 dezenas ou
um milhar por 10
centenas, etc.
O jogo da
destroca
Cada grupo de alunos
recebe um dado marcado de 4 a 9 e uma placa. Quando o jogador começa, todos os
participantes têm à sua frente uma placa. Cada criança, na sua vez de jogar,
lança o dado e faz as "destrocas" para retirar a quantidade de cubinhos
correspondente ao número que sair no dado. Veja bem: esse número dá direito a
retirar somente cubinhos.
Na quarta rodada,
vence quem ficar com as peças que representam o menor número.
Exemplo: Suponha que
um aluno tenha tirado 7 no dado. Primeiro ele troca uma placa por 10 barras e
uma barra por 10 cubinhos.
O jogo de
STOP
Entregue um kit de
material dourado para cada equipe (Máximo de cinco equipes).
Cada grupo deve
eleger um fiscal que ficará de pé ao lado de uma equipe concorrente para checar
a ação do outro grupo.
O professor canta o
número, por exemplo 1425, e as equipes terão que representá-lo com as peças.
Quem acabar grita
“STOP”. Os fiscais garantem que as outras equipes parem de arrumar as peças
quando ouvirem.
Todos somam os pontos
em uma tabela, mesmo as equipes que não acabaram e a equipe que venceu a rodada
ganha 100 pontos além da soma.
Para este jogo você
deve interagir num site educacional e quem sabe proporcionar aos seus alunos
também um game online.
Soraban:
Jogo da
adição simples
Monte
várias dinâmicas com adição se você possuir o Soroban.
Nos jogos
as crianças gostam de inventar as regras e criar novas situações.
Aproveite
esses materiais para desenvolver o convívio, a ética e outro valores.
Os outros
tipos de ábaco também servirão para montagem deste jogo, apenas utilizei este
como exemplo.
Multiplicação
e divisão também podem ser aplicadas aos jogos com ábaco.
Basta
transferir a técnica ao propósito da operação. Vamos tentar?
Vimos
muitas formas de jogos e atividades com o Material Dourado e o Ábaco.
Quase
todos os jogos permitem que utilizemos os dois materiais, experimente fazer o
teste.
No
ambiente das blogoficinas vocês poderão
assistir vídeos com outras dicas e com novos conhecimentos para uso destes
recursos.
Aproveitem
para aprender a aprender sempre!
Bibliografia:
COSTA,
Maria da Piedade Resende da. Matemática para deficientes mentais. São Paulo: EDICON, 1997. (Coleção Acadêmica. Série
Comunicação)
FALZETTA,
Ricardo. Construa a lógica, bloco a bloco. In: Nova Escola,
111 ed., abr 1998, p.20-23.
FERRARI,
Márcio. A criança como protagonista. In: Nova Escola, 164 ed., ago 2003, p.32-34.
PACHECO,
Alice Teresinha. Material Dourado; Blocos Multibásicos. In: Educação Matemática em Revista, 4 ed., 2002, p. 51-56.